segunda-feira, 26 de abril de 2010

ENEL 2010 - Paraíba - João Pessoa - UFPB

 ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE LETRAS
LÍNGUA, MEMÓRIA E CULTURA
AS RAÍZES NO PRESENTE 

        
 Paraíba, berço de Augusto dos Anjos

          Pretendendo refletir acerca da nossa formação profissional adquirida na academia, e atrelada a influência do aprendizado que obtemos nos demais espaços de convivência social, pretendemos esse ano discutir como o educador flutua em meio ao passado, presente e futuro.
        A temática nos leva a discussão de como somos influenciados todo o tempo em nossos costumes e atos. É inegável que nossa cultura, nossa língua, carregam a memória de nossos antepassados. Essa mistura foi essencial para a formação de nosso folclore, da nossa tradição.
        Entendemos que é imprescindível apresentar nossas manifestações artísticas de diversas formas. Porém, não podemos esquecer de apresentar aos nossos encontristas a nossa historia política, memória de nossas revoluções, das mulheres e homens fortes que participaram ativamente da formação desse país, sem esquecer das nossas belezas naturais e da hospitalidade típica do paraibano.
       O Encontro se dará em João Pessoa, trazendo como tema: “Língua, Memória e Cultura: as Raízes do Presente”.
        Primeiramente devemos nos questionar o porquê da realização desse encontro na Paraíba. Das muitas respostas podemos destacar a nossa necessidade de movimentar os estudantes de Letras da nossa universidade para seus questionamentos perante o curso e sua inserção no mercado de trabalho. Nosso desejo de apresentar aos nossos encontristas nossa estrutura e nosso celeiro acadêmico, professores e pesquisadores reconhecidos por seus trabalhos que há muito já ultrapassam as barreiras da Paraíba, nos igualando em qualidade a outras grandes universidades do país. Outro dado importante é o fato que até os dias de hoje não encontramos registros da organização de um Encontro Nacional de Estudantes de Letras em nossa universidade, o que nos inspirou a sermos pioneiros nessa empreitada.

 Fonte:http://enel2010.com.br/

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Augusto dos Anjos VIVE!! * 126 ANOS

 

 DIA 20 DE ABRIL DE 2010, AUGUSTO DOS ANJOS ESTARIA COMPLETANDO 126 ANOS.

  Augusto dos Anjos (1884-1914)

 

        Poeta brasileiro. Famoso pela originalidade temática e vocabular.Publicou uma única obra - Eu - (1912). 
    Augusto dos Anjos recorreu a uma infinidade de termos científicos, biológicos e médicos ao escrever seus versos de excelente fatura, nos quais expressa por princípio um pessimismo atroz.
     Considerado o mais original dos poetas brasileiros entre Cruz e Sousa e os modernistas, Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no Engenho Pau d'Arco PB em 20 de abril de 1884. Aprendeu com o pai, bacharel, as primeiras letras. Fez o curso secundário no Liceu Paraibano, já sendo dado como doentio e nervoso por testemunhos da época. Formado em direito em Recife (1906), casou-se logo depois. Contudo, não advogou; vivia de ensinar português, primeiro em seu estado e a seguir no Rio de Janeiro RJ, para onde se mudou em 1910. Lecionou também geografia na Escola Normal, depois Instituto de Educação, e no Ginásio Nacional, depois Colégio Pedro II, sem conseguir ser efetivado como professor.
   Em fins de 1913 mudou-se para Leopoldina MG, onde assumiu a direção do grupo escolar e continuou a dar aulas particulares. Seu único livro, Eu, foi publicado em 1912. Surgido em momento de transição, pouco antes da virada modernista de 1922, é bem representativo do espírito sincrético que prevalecia na época, parnasianismo por alguns aspectos e simbolista por outros. Praticamente ignorado a princípio, quer pelo público, quer pela crítica, esse livro que canta a degenerescência da carne e os limites do humano só alcançou novas edições graças ao empenho de Órris Soares (1884-1964), amigo e biógrafo do autor.
    Cético em relação às possibilidades do amor ("Não sou capaz de amar mulher alguma, / Nem há mulher talvez capaz de amar-me), Augusto dos Anjos fez da obsessão com o próprio "eu" o centro do seu pensamento. Não raro, o amor se converte em ódio, as coisas despertam nojo e tudo é egoísmo e angústia em seu livro patético ("Ai! Um urubu pousou na minha sorte").
   A vida e suas facetas, para o poeta que aspira à morte e à anulação de sua pessoa, reduzem-se a combinações de elementos químicos, forças obscuras, fatalidades de leis físicas e biológicas, decomposições de moléculas. Tal materialismo, longe de aplacar sua angústia, sedimentou-lhe o amargo pessimismo ("Tome, doutor, essa tesoura e corte / Minha singularíssima pessoa"). Ao asco de volúpia e à inapetência para o prazer contrapõe-se porém um veemente desejo de conhecer outros mundos, outras plagas, onde a força dos instintos não cerceie os vôos da alma ("Quero, arrancado das prisões carnais, / Viver na luz dos astros imortais").
   A métrica rígida, a cadência musical, as aliterações e rimas preciosas dos versos fundiram-se ao esdrúxulo vocabulário extraído da área científica para fazer do Eu -- desde 1919 constantemente reeditado como Eu e outras poesias -- um livro que sobrevive, antes de tudo, pelo rigor da forma.
    Com o tempo, Augusto dos Anjos tornou-se um dos poetas mais lidos do país, sobrevivendo às mutações da cultura e a seus diversos modismos como um fenômeno incomum de aceitação popular. Vitimado pela pneumonia aos trinta anos de idade, morreu em Leopoldina em 12 de novembro de 1914. 
Fonte: www.perci.com.br
 

terça-feira, 6 de abril de 2010

O poeta do hediondo

Sofro aceleradíssimas pancadas
No coração. Ataca-me a existência
A mortificadora coalescência
Das desgraças humanas congregadas!

Em alucinatórias cavalgadas,
Eu sinto, então, sondando-me a consciência
A ultra-inquisitorial clarividência
De todas as neuronas acordadas!

Quanto me dói no cérebro esta sonda!
Ah! Certamente eu sou a mais hedionda
Generalização do Desconforto...

Eu sou aquele que ficou sozinho
Cantando sobre os ossos do caminho
A poesia de tudo quanto é morto!

(Augusto dos Anjos)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Pscicologia de um vencido



Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.


Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.


Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,


Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

                                                    ( Augusto dos Anjos)