domingo, 4 de setembro de 2011

Augusto por Drummond


Augusto por DrummondE-mail




"Li o "Eu" na adolescência e foi como se levasse um soco na cara. Jamais eu vira antes, engastadas em decassílabos, palavras estranhas como simbiose, mônada, metafisicismo, fenomênica, quimiotaxia. Zooplasma, intracefálica... E elas funcionavam bem nos versos! Ao espanto sucedeu intensa curiosidade. Quis ler mais esse poeta diferente dos clássicos, dos românticos, dos parnasianos, dos simbolistas, de todos os poetas que eu conhecia. A leitura do "Eu" foi para mim uma aventura milionária. Enriqueceu minha noção de poesia. Vi como se pode fazer lirismo com dramaticidade permanente, que se grava para sempre na memória do leitor. Augusto de Anjos continua sendo o grande caso singular da poesia brasileira."

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
texto feito pelo poeta em 1984, centenário de Augusto dos Anjos, a pedido da Biblioteca Nacional; será publicado pela primeira vez em uma edição de "Eu" no volume preparado pela Bertrand Brasil

sábado, 3 de setembro de 2011