terça-feira, 6 de abril de 2010

O poeta do hediondo

Sofro aceleradíssimas pancadas
No coração. Ataca-me a existência
A mortificadora coalescência
Das desgraças humanas congregadas!

Em alucinatórias cavalgadas,
Eu sinto, então, sondando-me a consciência
A ultra-inquisitorial clarividência
De todas as neuronas acordadas!

Quanto me dói no cérebro esta sonda!
Ah! Certamente eu sou a mais hedionda
Generalização do Desconforto...

Eu sou aquele que ficou sozinho
Cantando sobre os ossos do caminho
A poesia de tudo quanto é morto!

(Augusto dos Anjos)

2 comentários:

  1. Vi que está seguindo meu blog e que gostou das imagens postadas por mim. Fico feliz e a seguirei também. Adoro e derreto-me por Augusto dos Anjos.
    Parabéns pelo Blog!

    ResponderExcluir
  2. Gostei do seu blog sara. Esta poesia , então, maravilhosa.


    Erivan Coqueiro, 20/04/10

    POESIA

    SEREMOS... SEMPRE?

    Seremos errante,
    enquanto prevalecer a desigualdade
    Seremos incompetentes,
    enquanto prevalecer a prepotência
    Seremos esperança,
    quando estivermos abraçados com a criança
    Seremos revolta,
    sempre que repudiamos a injustiça
    Seremos Luz,
    sempre que descobrirmos a máscara
    Seremos felizes,
    sempre que formos livres
    Seremos razão na história,
    sempre que a coragem prevalecer
    Seremos verdade,
    quando as circunstâncias
    provarem a ignorância.
    Seremos vida,
    sempre que lutarmos,
    Seremos independentes,
    quando acreditarmos em nós
    Seremos a revolução,
    quando o extraordinário
    se fizer cotidiano.
    Seremos inocentes,
    sempre que permitimos
    que o outro faça tudo
    Seremos sem razão,
    sempre que não avançarmos
    Cadê o sentido da vida,
    do ser, do querer e do poder?
    A reflexão dos fatos,
    nos deixa o recado.
    Seremos incômodo,
    a quem sempre quer ser dono
    Seremos merda,
    a quem sempre tem inveja.

    Erivan Coqueiro Sousa

    ResponderExcluir